segunda-feira, 8 de março de 2010

Vou sentir

Eu sei que ontem falei sobre saudade, mas e daí?
Vim falar mais uma vez, só que me precipitando um pouco.


Não lembro exatamente o motivo, mas hoje me peguei pensando nas coisas de que sentiria falta daqui a alguns anos, e são tantas...
Dizem que a adolescência é a melhor fase da vida, né? E, ok, eu nem experimentei as outras ainda, mas eu posso afirmar que concordo.
Afinal, em que outra fase conheceremos tantas pessoas, teremos tanto assunto - por mais idiota que seja -, sairemos para vários lugares só por diversão, poderemos chegar do colégio e apenas deixar a roupa para a avó lavar e depois almoçar e ficar no computador, não teremos tantas coisas próprias pra cuidar, teremos o colo da mãe quando tivermos algum problema?

Nenhuma.

É meio deprimente pensar que daqui a alguns anos, provavelmente não terei contato com TODOS os meus amigos. Porque, cara, eu não quero trocar de amigos. D:
Gente nova é sempre bem-vinda, mas para ser acrescentada à lista, não para substituir alguém.

Eu não quero ter que andar de ônibus sozinha pra ir pra faculdade, ou pra trabalhar. Ou andar de carro sozinha, whatever. E ter que conseguir isso sozinha.
Andar sozinha pela rua e correr riscos - de ser assaltada, e coisas do tipo.
Eu sou medrosa demaaaais! E a palavra "sozinha" apareceu várias vezes em apenas um parágrafo. E essa palavra me assusta, de verdade.

Não quero ter que abrir mão do orkut, do twitter, do msn... Das horas no telefone falando besteira, das voltas no shopping só porque não tem outra coisa pra fazer, das conversas sobre amigas que pisaram na bola, sobre garotos, sobre pessoas aleatórias, sobre bandas e ídolos, sobre quem saiu do BBB, sobre o trabalho da escola que tem que ser entregue no dia seguinte, sobre a matéria da prova, sobre os professores...

Não quero me pegar falando sobre salário, sobre saídas apenas a trabalho, sobre negócios...
Não quero deixar de me divertir, ou pelo menos reduzir o tempo dedicado a isso em uns 90%.
Não quero ter que resolver minha vida sozinha.
Não quero perder o que é mais valioso pra mim, não quero esquecer meus sonhos e olhar pra trás e pensar que eram apenas coisas de que eu gostava quando era adolescente.
Porque não vão ser. Eu quero me lembrar de como elas foram importantes pra mim, em algum momento muito especial.
Não quero crescer.

Mas isso é inevitável.
E enquanto estou aqui me lamentando antecipadamente pelo que ainda nem aconteceu, eu poderia estar aproveitando esses momentos enquanto posso.
Ou talvez não. Talvez seja bom deixar isso registrado, e daqui a alguns anos, poder ler e lembrar que pensava assim.
Que eu já sabia como as coisas seriam. Ou que não imaginava que seriam tão diferentes.

Vai saber...

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